sábado, 29 de janeiro de 2011

Cravos parentes das aranhas?

Quem nunca parou no espelho e deparou-se com inúmeros cravinhos em sua pele?
Somos tomadas por uma vontade quase incontrolável de espremê-los! É como se algo tomasse conta dos nossos corpos e não sossegássemos até que o bendito pontinho preto não esteja mais no nosso campo de visão.
Isso sem contar no prazer que muitos sentem em retorcer o nariz ou o queixo até que pequenos cilindros vermiformes de cor branco-amarelada surjam pelo poros.
Todo mundo já ouviu dermatologistas e esteticistas desaconselhando tal prática, mas é algo tão incorporado no nosso conjunto de “ maus hábitos” que virou até uma prova de amor e intimidade entre muitos casais e amigos pois , é comum vermos pessoas espremendo cravinhos alheios inclusive em lugares públicos.
Quem nunca ouviu a famosa frase: “ Amiga ( ou amor) por favor, deixe-me espremer esse cravo, ele ta me olhando! (como assim , olhando?) ”
Deixar que façam isso com a gente é uma prova de que tal pessoa representa alguma coisa na nossa vida!
Agora vem a parte macabra da história: alguém disse pra alguém , que disse pra alguém...que os cravos na verdade são bichos horrendos da mesma família das aranhas( aracnídeos) e que é possível vê-los em movimento após serem retirados da pele. ( o cara tem que ter uma visão nota 1000!! )
Bom, mas será que isso é totalmente mentira?
Preocupada com o fato de ter minha linda cútis visitada por indesejáveis parasitas, fui atrás de uma resposta que pudessem acalmar e esclarecer esse assunto.
Pra gente relembrar, nossa pele tem anexos importantes como o folículo pilos sebáceo que é composto pelo: pêlo; glândula sebácea e músculo eretor do pêlo que tem estrutura muscular.


Devido ao acúmulo de gordura e células córneas no interior desse folículo ocorre um entupimento que impede a drenagem do sebo para fora da pele formando uma espécie de “ tampão” conhecido como comedão (cravo), que pode ser aberto (cravo preto) ou fechado (cravo branco).
Esse ponto negro corresponde ao orifício do ducto excretor. Espremendo-se a pele, desprende-se um pequeno cilindro vermiforme, escuro ou pardacento na sua extremidade superior e branco na sua extremidade inferior. A cor escura da extremidade superior se deve à oxidação da matéria córnea em contato com o ar.

“Os comedões são excelentes meio de cultura para uma bactéria que costuma viver na superfície da nossa pele, chamada Propionibacterium acnes. AP.acnes invade o folículo e se alimenta das gorduras do sebo, prolifera-se e causa infecção da unidade pilo-sebácea. A partir deste momento, não temos mais um cravo, e sim, uma espinha propriamente dita, composta pelo comedão e uma bolsa de pus ao redor.” PINHEIRO.

No entanto,os cravos ,por vezes, se encontram associados à presença de um ácaro( Classe dos aracnídeos , daí a comparação com aranhas , lembram?)
chamado Demodex foliculorum, cujo habitat é o folículo pilosebáceo.

Pode ser encontrado naturalmente nas glândulas sebáceas e nos folículos pilosos,
os locais mais afetados por ele são o rosto, as costas e o peito.
A cópula ocorre na abertura dos folículos pilosos do rosto, costa e peito de humanos. As fêmeas grávidas migram para glândulas sebáceas, onde depositam ovos; cerca de 60 horas após, há eclosão de larvas que, em seis dias, transformam-se em adultos. Estes migram pela pele, principalmente durante a noite, quando os machos fecundam as fêmeas.
E nessa fase (antes da cópula) que ocorre a transmissão para novo hospedeiro, através de contato direto.
As fêmeas vivem cerca de seis dias.
Embora geralmente considerado um parasita não patogênico nos livros-texto de parasitologia, Demodex folliculorum tem sido implicado como agente causal de algumas condições dermatológicas, como erupções tipo rosácea e alguns tipos de blefarite ( inflamação da pálpebra).Por ser um parasita oportunista pode ocasionar o agravamento do quadro inflamatório.Entretanto, esses casos são extremamente raros, ao contrário da enorme prevalência da infestação.
É aconselhável retirar o “cravo” com o auxílio de dois dedos limpos, após lavar a área com sabão e água morna. Depois de retirar o “cravo”, deve-se aplicar um anti-séptico no local para evitar inflamação bacteriana.
Fonte :

Este texto é de autoria da Profª Roseane Toledo,encontrado no site.
http://biologiaquepariu.blogspot.com/2010/10/cravos-parentes-das-aranhas.html

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