domingo, 6 de março de 2011

Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

Pessoas com o gene da "verpertilidade" têm predisposição para acordar tarde
Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.

O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.

Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.


Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.

O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.

A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.

A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.

O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.

O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.

E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.


stagalileu.globo.com/Revista( fonte)

Pequenas mudanças de hábito podem prevenir câncer; veja dicas


A palavra câncer assusta muita gente. Mas diagnosticar e tratar um tumor precocemente pode aumentar muito as chances de cura. Por isso, selecionamos algumas dicas de especialistas do Hospital A.C. Camargo, de São Paulo, que podem te ajudar a prevenir e até procurar um médico caso desconfie estar com algum tipo de câncer.
O Hospital é responsável por 60% da produção científica envolvendo oncologia de todo o País e identifica e trata 14 mil casos da doença ao ano. Para diminuir as chances de apresentar tumores, dicas básicas como manter uma alimentação saudável, não exagerar no álcool, fazer exercícios regularmente e não fumar valem para praticamente todos os tipos de câncer.

Confira abaixo algumas dicas para diminuição de riscos dos tipos mais comuns de câncer:

Colo do útero
Por ser causado por vírus, pode ser prevenido facilmente com o uso de camisinha durante as relações sexuais e visitas regulares ao ginecologista para a realização do exame papanicolau. Evite cigarro e mantenha a região genital bem higienizada.

Intestino
Os tumores de intestino e reto, um dos mais comuns em homens e mulheres, podem ser evitados com alimentação saudável. São mais comuns em pessoas acima dos 50 anos e a prevenção engloba uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras, cálcio e com pouca gordura animal, bebidas alcoólicas e carne vermelha. Pesquisas recentes relacionam a doença a embutidos e defumados. Com diagnóstico precoce, a taxa de cura é de cerca de 95%.

Pele
O tipo de câncer mais comum no mundo. No Brasil, 120 mil pessoas são diagnosticados por ano. O crescimento de pintas no corpo pode ser o melanoma, um dos sintomas mais frequentes e agressivos. Para evitar a doença, evite ficar exposto ao sol entre 10h e 16h, use chapéu, guarda sol, óculos, filtro solar (no mínimo, de FPS 15). Ao sinal de qualquer mancha diferente na pele, procure um dermatologista.
Mama
Cerca de 90% dos casos do tumor feminino mais comum têm cura quando há diagnóstico precoce. Especialistas indicam a realização do exame de mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Quem tem casos deste tipo de câncer na família deve procurar aconselhamento médico mais cedo e fazer acompanhamento com um mastologista. Exercícios e alimentação saudável também ajudam.
Pulmão
O tipo de câncer que mais mata no Brasil, é muito mais comum entre fumantes. Quem fuma deve parar e consultar um médico pneumologista para realização de exames como radiografia do tórax e tomografia computadorizada. Apenas um em cada dez casos não está relacionado ao cigarro, mas os não fumantes pode tentar prevenir a doença com exercícios regulares e também check-ups médicos.

Estômago
É mais comum a partir dos 50 anos, mas não há idade indicada para realização de endoscopia. Especialistas do hospital A.C. Camargo indicam a procura de um médico para realização do exame quando há azia, má digestão e dores abdominais frequentes. A prevenção envolve hábitos alimentares saudáveis, com vegetais, frutas, fibras e eliminação de bebidas alcoólicas e cigarro.

Esôfago
Este tipo de câncer está ligado ao cigarro, bebidas, lesões no esôfago, deficiência de ferro e presença de bactérias. Para evitá-lo, é essencial manter estômago e intestino funcionando bem e evitar álcool e defumados. Quem tem casos na família e refluxo – 20 milhões de brasileiros têm – também deve procurar um especialista.

Boca
Os principais sintomas são feridas que não cicatrizam na boca em no máximo duas semanas, manchas brancas ou vermelhas nos lábios. Dificuldades para falar e mastigar, dor, emagrecimento rápido e até presença de caroços no pescoço podem ser sinais da doença. Para prevenir é necessário evitar o cigarro e bebidas, principalmente destiladas; escovar os dentes com frequência; ajustar bem próteses e aparelhos dentários; não utilizar enxaguante bucal com álcool na fórmula, que provoca irritações.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Tubarões usam 'mapas mentais' para se localizar, dizem cientistas


Pesquisa sugere que animais conseguem ir diretamente a locais de interesse a muitos quilômetros de distância.

Da BBC

Pesquisadores dos Estados Unidos dizem que algumas espécies de tubarão conseguem fazer "mapas mentais" que os ajudam a percorrer longas distâncias com precisão impressionante. "Eles sabem onde estão indo", disse o cientista Yannis Papastamatiou, do Museu de História Natural da Flórida, um dos autores do estudo publicado no "Journal of Animal Ecology".

Os pesquisadores rastrearam eletronicamente 32 tubarões de três espécies diferentes por um período variando entre sete e 72 horas. Eles concluíram que os tubarões-tigre e os tubarões-raposa seguiram caminhos pré-estabelecidos para locais específicos.

Já os tubarões gália preta nadaram distâncias muito mais curtas e de forma aparentemente aleatória.

Viajantes
Os tubarões-tigre foram os que demonstraram maior capacidade de se localizar. Uma pesquisa anterior, realizada no Havaí, já havia mostrado que animais desta espécie nadaram por canais profundos até locais ricos em alimentos a 50 quilômetros de distância.


Segundo o novo estudo, o "movimento dirigido" mostra que aquele terreno é conhecido dos tubarões, já que eles têm interesse em preservar energia indo diretamente ao seu destino, onde podem encontrar comida, por exemplo.

Ainda não se sabe ao certo, no entanto, como funciona exatamente esse mecanismo. Os pesquisadores acreditam que os tubarões podem usar sinais das correntes oceânicas, temperatura da água e cheiros para se localizarem.

A navegação usando como base os campos magnéticos da Terra também seria uma possibilidade.

"Eles (os tubarões) precisam ter um sistema de navegação muito bom, porque as distâncias são muito longas. O tipo de sistema que eles usam ainda é questão para debate, mas o fato de que muitos desses percursos aconteceram à noite abre a possibilidade de que eles estejam se orientando a partir de campos magnéticos", disse Papastamatiou.


http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia

Pesquisa descobre fungos que geram 'formigas-zumbis' em MG


Em uma semana, insetos têm sentidos alterados e começam a 'vaguear'.
Agora, cientistas querem saber como a relação influencia o ecossistema.

Do Globo Natureza, em São Paulo
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Nova pesquisa publicada no jornal científico "PLoS One" e divulgada nesta quarta-feira (2) identifica quatro novas espécies de fungos capazes de gerar "formigas-zumbis". Isso ocorre no momento em que os fungos infectam os insetos e se distribuem pelo organismo, causando mudança de comportamento e até mesmo a morte de colônias inteiras.


De autoria dos cientistas Harry Evans e David Hughes, o estudo "diversidade oculta em fungos de formigas-zumbis" analisa quatro novas espécies encontradas na Mata Atlântica de Minas Gerais, no Sudeste do país. A pesquisa ajuda a explicar a perda de biodiversidade entre insetos de determinadas espécies, já que cada fungo observado atua em um tipo de formiga.

A ação do fungo é capaz de travar as mandíbulas de formigas carpinteiras, local em que ele encontra condição ideal para começar a se reproduzir, infectando outros hospedeiros. Uma vez instalado, o fungo cresce no organismo e espalha substâncias que têm efeitos colaterais.

A formiga infectada pode ter o comportamento alterado e não conseguir realizar suas atividades normais. Em questão de uma semana, de acordo com a pesquisa, a formiga pode ter seus sentidos totalmente afetados pelo fungo e começar a "vaguear" por perto da colônia. Quando morrem, ajudam a criar o ambiente ideal para a proliferação do fungo.

Segundo os pesquisadores, existem relatos sobre os fungos de "formigas-zumbis" descritos já em meados do século 19 pelo naturalista Alfred Russel Wallace, contemporâneo de Charles Darwin, que encontrou duas espécies do fungo na Indonésia. Agora, autores do estudo querem saber como a ação dos fungos sobre as formigas influencia o funcionamento do ecossistema.

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/03/