sábado, 9 de outubro de 2010

10 pistas que anunciam um derrame

Você e seu médico podem formar uma dupla de detetives e investigar os fatores de risco que culminam em um acidente vascular cerebral. Eles acabam de ser mapeados em um novíssimo estudo, conduzido em 22 países. Chegou o momento de denunciá-los e agir a tempo para prevenir um golpe avassalador sobre a massa cinzenta

por Diogo Sponchiato | Design Letícia Raposo | Fotos Dercílio

O jogo que iremos propor a você nestas páginas tem consequências reais sobre a sua qualidade de vida e oferece como recompensa a chance de escapar, no futuro, de um dos maiores assassinos da humanidade. Popularmente chamado de derrame, o acidente vascular cerebral, ou AVC, é a causa de morte número 1 no Brasil — são mais de 90 mil por ano. Quando não concede um ponto final à existência de alguém, ele se vinga e deixa sequelas. Para formar uma rede de proteção contra a ameaça, cientistas do mundo inteiro avaliaram 6 mil pessoas — metade saudável e o restante vítima de um AVC — e apuraram os indícios que antecedem o ataque.

O resultado desse trabalho, batizado de Interstroke e publicado na revista científica The Lancet, são pistas preciosas que estão ligadas a uma probabilidade 90% maior de um derrame, seja ele isquêmico, seja hemorrágico. “O estudo reforça, com dados de populações de origens diferentes, quais são os fatores de risco para o problema”, analisa o neurologista Jefferson Fernandes, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Agora, é a sua vez de entrar no jogo, identificando e corrigindo os erros que permitem ao bandido continuar à solta.

1 Pressão alta
A hipertensão é o tipo de pista impossível de ver a olho nu e que fica na surdina durante anos. É o principal fator de risco para o derrame. Patrocina a versão isquêmica, marcada pelo entupimento de uma pequena artéria, e ainda mais a hemorrágica, quando o vaso estoura e o sangue extravasa. “A pressão alta tem um impacto maior sobre o cérebro do que sobre o coração”, alerta Jefferson Fernandes. “Os vasos finos que irrigam a massa cinzenta têm uma menor resistência e, assim, são mais comprometidos”, afirma o cardiologista Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Como a doença é silenciosa, precisa ser flagrada antes de soar o alarme. “É recomendável medir a pressão pelo menos uma vez por ano”, diz Nobre. Além disso, praticar atividade física e não ingerir mais do que 5 gramas de sal por dia ajuda a controlá-la.

2 Cigarro
Eis um velho criminoso que serve de combustível para uma autêntica pane cerebral. “O fumo tem cerca de 4 mil substâncias nocivas à saúde e favorece o aumento da pressão e dos níveis de colesterol”, alerta o neurologista Alexandre Maulaz, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. “Ele ainda ataca o endotélio, a camada mais íntima do vaso, contribuindo com a sua obstrução.” Esses estragos explicam por que as baforadas sopram a favor de um bloqueio na passagem do sangue pela artéria. “O estudo mostra, porém, que mesmo após alguns meses sem o cigarro há uma diminuição do risco de derrame”, conta o neurologista Gabriel Rodriguez de Freitas, coordenador do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia. O clichê recebe o carimbo da ciência: nunca é tarde para abandonar o vício.

3 Falta de atividade física
É preciso correr atrás dessa pista, quer dizer, correr contra esse fator de risco, o sedentarismo. Também vale caminhar, nadar ou exibir seus dotes de atleta. O importante é sair de casa e se movimentar no parque ou na academia, realizando um exercício aeróbico entre três e cinco vezes por semana. Seu cérebro irá agradecer tanto suor por dois motivos. O primeiro é fechar o cerco à obesidade. “O excesso de peso colabora com a hipertensão e o aparecimento do derrame”, alerta Alexandre Maulaz. O segundo item diz respeito aos serviços prestados diretamente aos vasos. A corrida e a caminhada derrubam as taxas de colesterol ruim, o LDL, e ajudam a alavancar a fração do bem, o HDL. As artérias cerebrais ganham pontos, ainda, nos quesitos integridade e elasticidade, tornando-se mais imunes às condições propícias aos AVCs.

4 Níveis elevados de certas proteínas
Segundo o Interstroke, moléculas de nome estranho — as apolipoproteínas — requerem cada vez mais atenção. As do tipo A1 e B podem ser dosadas em uma amostra de sangue para indicar maior ou menor propensão a um infarto ou derrame. Não são tão famosas quanto o colesterol, mas ganham espaço entre os marcadores de risco à medida que seu papel é decifrado. Elas ajudariam a delatar se as tubulações por onde trafega o sangue estão sujeitas a entupimentos. “O problema é que ainda não sabemos o que fazer com as apolipoproteínas”, diz Gabriel de Freitas. “Por enquanto, não há um remédio capaz de controlá-las”, acrescenta Jefferson Fernandes. É diferente do colesterol, que pode ser baixado com um comprimido e a prática de atividade física. De qualquer forma, se um teste acusá-las, aumente a vigilância.

5 Gordura abdominal
Dá para comparar a barriga a um tanque de guerra, que, quando dispara, atinge o alvo a uma distância considerável. O alvo, no caso, é a cabeça. A pesquisa realizada em escala global prova a conexão entre a pança e a maior incidência de AVCs. Tudo culpa da gordura que se acumula abdômen adentro. Ela funciona, com o perdão de outra comparação, como uma usina. “Esse tecido fabrica substâncias inflamatórias”, aponta Freitas. Elas, por sua vez, têm acesso livre à circulação e, assim, estimulam a formação das placas que sufocam as artérias. Imagine se um vaso um pouco mais grosso do que um fio de cabelo fica refém do incêndio... É derrame na certa. Medir a circunferência do ventre fornece o valor exato dessa pista, que, cá entre nós, pode ser vista de longe. Os homens não devem ultrapassar a marca dos 102 centímetros. Entre as mulheres, o limite para a silhueta é 88 centímentros.

Os cuidados com a higiene íntima feminina

Eles ajudam a eliminar odores e a proteger a região genital da mulher de problemas sérios

Por Adriana Toledo

Suor, gordura, umidade, urina e células mortas. Convenhamos que o assunto é embaraçoso e até escatológico. Mas não tem jeito: “Tudo isso habita as reentrâncias femininas, e basta um descuido para causar desde ardência, irritação e um constrangedor cheiro ruim até a multiplicação de fungos e bactérias nocivos”, alerta o ginecologista Alexandre Pupo, do Hospital Sírio- Libanês, em São Paulo. Para evitar esse pacote de encrencas, médicos da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a Febrasgo, revisaram 120 artigos científicos e elaboraram o I Guia de Condutas sobre Higiene Íntima Feminina, destinado tanto aos ginecologistas — que às vezes pecam por não orientar as pacientes — quanto ao público leigo.

“A ideia é responder a dúvidas referentes à frequência, ao modo correto de fazer a limpeza, aos produtos de higiene adequados, além de condutas para situações específicas”, descreve o ginecologista Nilson Roberto de Melo, presidente da Febrasgo. Seguir essas recomendações à risca é manter o sistema de defesa em ordem nessa região. “A vulva tem um pH ácido e é colonizada por lactobacilos, bactérias que formam uma barreira contra micro-organismos prejudiciais”, descreve o ginecologista Paulo Giraldo, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Não interferir demais nesse pH é, portanto, a primeira medida para prevenir não só coceiras e corrimentos mas também uma série de problemas.

“O excesso ou a falta de higiene e a utilização de produtos inapropriados alteram as defesas locais, favorecendo o ataque de germes como a clamídia, protagonista de infecções pélvicas que podem comprometer a fertilidade”, alerta o ginecologista César Eduardo Fernandes, da Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo. E, uma vez em contato com vírus ameaçadores, como o da hepatite, se o contra-ataque das células defensoras não estiver preparado, o risco de contrair essas doenças aumenta.

Atenção, mulheres! O fundamental é deixar qualquer constrangimento de lado. Pegue um espelho e, sem o menor receio, analise cada detalhe de sua região íntima. Na ilustração à esquerda, abaixo, identificamos as áreas que precisam ser muito bem higienizadas. Esqueça a região interna da vagina — esqueça mesmo! Duchas e introdução de produtos não são aconselhadas, exceto sob prescrição médica. “O foco da limpeza deve se resumir ao monte púbico, à pele da vulva, à raiz das coxas, à região perianal — entre a vulva e o ânus — e ao interior dos grandes e dos pequenos lábios”, ensina Paulo Giraldo.

A compra do produto
O sabonete mais apropriado é sempre aquele classificado como hipoalergênico na embalagem. O termo indica que a fórmula foi desenvolvida com o intuito de provocar menos alergias nessa área, que, diga-se, se ressente por qualquer bobagem. Aliás, por isso mesmo, dê preferência aos sabonetes íntimos. “Eles geralmente contêm ácido lático, um componente natural da pele, que confere um pH ideal”, justifica o dermatologista Mario César Pires, do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo.

Segundo Pires, os sabonetes alcalinos ou neutros não são indicados porque tornam as condições da região hostis à multiplicação dos lactobacilos que defendem a vulva. Os produtos em barra também não são uma boa opção. “Além de serem muito abrasivos, são normalmente compartilhados por toda a família, o que facilita a contaminação”, afirma Paulo Giraldo.

A última dica é escolher sabonetes com detergência suave, que formem pouca espuma — eles afetam menos a barreira cutânea. Para mulheres que vivem na correria e não são alérgicas, os lenços umedecidos são uma alternativa para a higiene no meio do dia. Vale testá-lo antes, no antebraço, para observar eventuais reações. Se nada acontecer, está liberado.

A última etapa do ritual é geralmente a mais negligenciada — a hidratação. Muitas integrantes do time feminino nem fazem ideia de que devem apelar para ela se a pele dos genitais estiver muito ressecada, especialmente após a menopausa. “A dica é recorrer a fórmulas não oleosas, que devem ser aplicadas somente nas regiões de pele”, explica Giraldo.
http://saude.abril.com.br/edicoes/0324/corpo/conteudo_563230.shtml

Banana de manhã emagrece. Será?




Emagreça com Saúde!

A fruta entra obrigatoriamente na primeira refeição do dia e está afinando a cintura dos japoneses, fãs de carteirinha da chamada Dieta da Banana Matinal

por Thais Cavalheiro

Já ouviu falar nesse regime? Se a respostar for não, é só uma questão de tempo. Essa fruta tão popular entre nós está emagrecendo muita gente no Japão e nos Estados Unidos, países que reúnem um número cada vez maior de adeptos. Desenvolvida por Hitoshi Watanabe, um especialista em medicina preventiva em Tóquio, ela caiu na boca do povo. Literalmente. Nunca se vendeu tanta banana por lá como no último verão, época do ano em que normalmente a melancia, entre outras frutas mais apropriadas para sucos refrescantes, é a mais consumida.

A tal dieta consiste basicamente no seguinte: no café da manhã, o candidato a magro pode comer bananas à vontade e nada mais. É desejável que beba também água em temperatura ambiente. O motivo? Bem, sabe-se que o líquido dá saciedade. Então, entraria como um coadjuvante para espantar a fome. Nas refeições seguintes, pode-se comer de tudo, mas só até as 8 da noite. Após o jantar, nada de sobremesa. Já o lanchinho da tarde permite até uma guloseima. Os únicos itens proibidos são sorvetes, derivados do leite e álcool.

A nutricionista Vanderlí Marchiori, de São Paulo, acredita que esse tipo de dieta não traga prejuízos à saúde. “Isso porque não restringe nenhum grupo de nutriente”, justifica. “Os carboidratos, tidos como vilões do emagrecimento, não ficam de fora, o que é ótimo. E a proibição de laticínios e álcool não chega a ser nenhum pecado. Afinal, esses produtos desencadeiam processos inflamatórios.”

E pensar que a banana carrega o peso de ser engordativa. "Essa fama é injusta. Na verdade, além de matar rapidamente a vontade de comer, ela contém enzimas que aceleram a digestão, favorecendo uma rápida perda de peso. Sem contar que também tem fibras do tipo solúvel, aquelas que se ligam à água, formando uma espécie de gel que demora para sair do estômago”, completa Vanderlí.

O poder emagrecedor da banana deve-se também ao amido resistente, um carboidrato complexo encontrado na batata, em leguminosas e massas integrais e que, dentro do corpo, se comporta como uma fibra, favorecendo o funcionamento do intestino e dando aquela sensação de barriga cheia. Detalhe: o amido resistente aparece muito mais na banana verde.

Pelo sim, pelo não, começar o dia comendo banana só pode fazer bem. Afinal, tanto a banana-prata, como a da terra, a ouro e a maçã – para citar as mais apreciadas em terras brasileiras – são lotadas de potássio, mineral imprescindível para os músculos, como bem sabem os atletas.

http://saude.abril.com.br/edicoes/0303/corpo/conteudo_396201.shtml

BICHOS Mais de bichos >> Vai dar remédio?

Antes disso, consulte um veterinário. Só ele é capaz de indicar o tratamento certo para o seu amigo de quatro patas

por CLARA CIRINO | design LUCIANE FERNANDES e PILKER

Para espantar uma febre, nada melhor que antitérmicos. Para as dores, analgésicos. Até parece que todo mundo tem a receita na ponta da língua. Mas abrir a caixa de remédios e medicar o cão ou o gato por conta própria nunca é boa ideia. A atitude pode mascarar problemas sérios ou até mesmo piorar bastante a saúde do animal.

Tome como exemplo as dores provocadas por inflamações. Anti-inflamatórios à base de diclofenaco de sódio e outros medicamentos que contenham ibuprofen — bastante utilizados em seres humanos — causam severas agressões ao organismo dos bichos, em especial dos cães. “Neles, esses princípios ativos provocam vômitos e diarreias, decorrentes de irritações gástricas e ulcerações no estômago”, diz o veterinário Adilson Damasceno, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Já antitérmicos com paracetamol na fórmula ou mesmo o famoso ácido acetilsalicílico são o pior remédio para o mal-estar dos felinos, que, por natureza, não possuem a enzima capaz de metabolizar essas drogas. “Ou seja, seu fígado termina sobrecarregado, o que pode desencadear uma hepatite hemorrágica ou interferir na atividade da medula óssea”, explica o veterinário Vitor Márcio, da Clínica Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Para ter noção, enquanto nosso organismo elimina essas substâncias em cerca de quatro horas, os cães levam sete para dar cabo de todas as suas moléculas e os gatos, até três dias.

É bem verdade que, muitas vezes, depois de levar o bicho de estimação ao veterinário, como manda o figurino, o dono sai de lá carregando a receita de um remédio formulado, em princípio, para o corpo humano. “É que não existem drogas para todas as enfermidades dos animais”, justifica a especialista Rosângela Alves Carvalho, também da UFG. “Por isso, a gente acaba indicando medicamentos humanos, principalmente quando se trata de problemas de coração e disfunções do sistema nervoso”, completa. Mas, no caso, toda a cautela é pouca: é o especialista quem irá determinar a dose, conforme o peso, a idade e a raça do animal.

Os donos também não devem abrir mão da consulta quando o remédio que têm em casa é de uso veterinário. O risco maior acontece quando uma medicação para cachorros é aplicada em gatos. Talcos contra pulgas à base de carbamato põem em risco o sistema nervoso dos felinos, por exemplo. E, às vezes, mesmo sem misturar as espécies, há confusão. Uma das drogas utilizadas para combater a sarna, a invermectina, vai bem para muitos cães. “Mas raças como old english sheepdog e pastor de shetland — até mesmo os mestiços delas — não suportam a substância e sofrem uma intoxicação”, exemplifica Damasceno.

DURO DE ENGOLIR

Os bichos não engolem a medicação só com a ajuda de água. Uma sugestão é escondê-la no meio de alimentos e petiscos. Só não vale quebrar uma cápsula ou diluir o comprimido em líquidos, porque aí você nunca terá certeza de que a dose indicada foi absorvida. Versões líquidas ou pastosas, formuladas com sabores especiais — morango, peixe ou carne —, sempre são mais fáceis. Por isso, se possível, dê preferência a esse tipo de produto.

Perigo nos Abrolhos


Diz a lenda que o nome dos maiores recifes de coral no Brasil veio do grito de alerta dado pelos marinheiros de outrora, "Abra os olhos!", para que se redobrassem os cuidados ao navegar pelos perigosos baixios. Dentro d'água, na região do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no entanto, a ideia de perigo é logo substituída por uma rara sensação de paz e deslumbramento. Consigo surpreender o bodião-azul se alimentando dos corais-cérebro; moreias à espreita de presas; cardumes de peixes-anjo e barracudas. Vislumbro chapeirões, estruturas com formato de cogumelo que distinguem os recifes dos Abrolhos, tão valiosos em termos biológicos quanto as já conhecidas barreiras da Austrália e do Caribe.
Comigo nesse mergulho estão Luciano Candisani e Paul Nicklen, fotógrafos especializados em vida marinha. Nosso grupo foi convidado a visitar o sul da Bahia por cientistas da Conservação Internacional (CI), organização empenhada em tornar os Abrolhos uma área conhecida pelo mundo. Em fevereiro, a região do parque nacional recebeu o título de Sítio Ramsar, de importância global, que identifica as zonas úmidas especiais cuja manutenção é uma forma de conter os impactos das mudanças climáticas. Ali se concentra a maior biodiversidade marinha de todo o Atlântico Sul, com ecossistemas complexos, que vão de recifes de coral com altas taxas de endemismo até manguezais bem preservados. O parque é um refúgio para reprodução de espécies de peixe de grande importância econômica, como o badejo-quadrado e o guaiuba.

Nos últimos 20 anos, o estoque de peixes do sul da Bahia tem atraído frotas de pesqueiros comerciais vindos de outros estados. No porto de Alcobaça, testemunho um único barco de tamanho médio a descarregar pelo menos 10 toneladas de garoupa, caranha e outros peixes de recife. O que me deixa mais chocada, porém, é a quantidade de tubarões com barbatanas despejada das entranhas da embarcação. Sinto tristeza ao vê-los reduzidos a um monte de carne a ser consumida a milhares de quilômetros dali, em países que vão do México à China. "O controle sobre essas embarcações no Brasil é limitado. Tão logo os recursos são esgotados numa área, os barcos grandes se mudam para novas fronteiras", explica o oceanógrafo Rodrigo Moura, vinculado à CI-Brasil.

A lista de atividades destrutivas no fértil mar do sul da Bahia inclui pesca ilegal, criação de camarões, prospecção de petróleo e dragagem. Todas constituem uma ameaça às espécies locais, à abundância natural e à sobrevivência das comunidades costeiras. "Os Abrolhos são a primeira rede de áreas marinhas protegida no país. Estamos aprendendo muito sobre como implantar estratégias de manejo e como delimitar zonas vedadas à pesca capazes de funcionar como fontes de reabastecimento", conta Moura. “Além disso, os serviços proporcionados por esses ecossistemas marinhos e costeiros sadios, como o sequestro de carbono e a proteção da linha da costa, beneficiam uma área bem maior que aquela efetivamente protegida.”

Publicado em 10/2010 NGBRASIL.COM.BR